domingo, 24 de julho de 2016

Restauração da Igreja Matriz de Santo Amaro de Brumal - Santa Bárbara, MG. 1998

A Matriz de santo Amaro, no distrito de Brumal, em Santa Bárbara, é um dos mais importantes exemplares da primeira fase do barroco mineiro e possui significativo acervo de pinturas parietais e retábulos em talha.
Sua construção foi iniciada em 1727. No entanto, permaneceu inacabada até o final do século XVIII, tendo sido parcialmente complementada em 1747. Entre 1792 e 1794, foram preenchidos, em branco, os painéis parietais não concluídos, que tiveram as molduras pintadas em imitação de mármore, provavelmente em consequência da queda da produção de ouro na região.
Na década de 50 e 70 deste século, a Igreja Matriz de Santo Amaro passou por obras de recuperação estrutural empreendidas pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A capela-mor, com cenas bíblicas, é única na arte mineira da primeira metade do século XVIII, com a supremacia do pictórico sobre a talha, ao contrário do usual. Seu forro, assim como o da nave, foi substituído, havendo informações de que o original possuía policromia representando o Divino Espírito Santo, no medalhão central.
O retábulo do altar-mor, em estilo joanino, possui quatro colunas torsas sustentadas por crianças-atlantes e coroamento em cartela com anjos. Os retábulos da nave, também ao gosto joanino, possuem corpo único. O do evangelho é dedicado a Nossa Senhora das Dores e o da Epístola ao Sagrado Coração de Jesus. Em 1739 estavam instalados no templo, juntamente com o retábulo do altar-mor.
Os painéis parietais da nave possuem decoração pictórica  com cenas relativas à vida da Virgem Maria.
A capela-mor apresenta dois painéis parietais de cada lado. No lado do Evangelho, Santo Amaro salva Plácido da lagoa e, ainda criança, é entregue ao mosteiro beneditino para ser educado. No lado da Epístola, Santo Amaro é sagrado bispo e, postado em uma das extremidades, benze pessoa ajoelhada. Os painéis inferiores possuem decoração filigranada em conchas, angras e volutas e tarja central com inscrições latinas.
O arco-cruzeiro apresenta pintura em marmorizado, com tons de vermelho, azul e ocre e frisos dourados.
Tombado pelo IPHAN em 1941, a Igreja Matriz de Santo Amaro de Brumal é uma das mais significativas edificações religiosas da Minas colonial.


No ano de 1998 fui contratado pelo IEPHA a participar da equipe de restauração desta igreja, onde trabalhei durante todo aquele ano. A reintegração cromática foi a atividade praticada por mim em todo elemento artístico existente na igreja. Documentei através de fotografias e filmagens todo o meu trabalho nas peças que a mim foram destinadas a restaurar.





























































































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